terça-feira

Em festa com Maria...

Dia da Imaculada Conceição na comunidade
De Santo António Cavaco Benguela

Foi no calor da celebração da solenidade da Imaculada Conceição, padroeira da Congregação que a Delegação de Angola de novo celebrou as bodas de ouro de profissão religiosa da ir. Rosa Félix, mais concretamente na comunidade de Santo António, Cavaco, Benguela. Presidiu à celebração da Eucaristia de Acão de graças  D. Óscar Lino Lopes Fernandes Braga, bispo emérito da diocese de Benguela e estiveram presentes um grupo de irmãs estando representadas quase todas as comunidades de Angola. Viveram-se momentos de Acão de Graças a Deus, pela doação incondicional da ir. Rosa à Igreja e à Congregação e muito particularmente pela sua fidelidade. Não temos palavras para podermos exprimir a nossa gratidão, por tudo o que foi e continua a ser para nós a sua vida de total entrega à causa do Reino. A sua presença entre nós continua a ser um grande estímulo e como que nos impulsiona a seguirmos o seu exemplo de fidelidade mesmo no meio da doença e sofrimento. Bem-haja ir. Rosa!...
Durante a mesma celebração Eucarística renovaram os votos as duas juniores; Juliana Munishi e Domingas Filipe. Isto também foi mais um motivo para rendermos graças a Deus por estas duas irmãs que mais uma vez publicamente renovaram a consagração de suas vidas a Deus.
Após terminar a Eucaristia seguiu-se o almoço de confraternização, momento de verdadeira convivência fraterna entre as irmãs que puderam marcar presença.
Antes da dispersão continuou-se a render graças com o canto comunitário de Vésperas.
Só nos resta dar graças por tudo o que foi vivido e sentido ao longo deste dia.
Ir. Augusta Chitula.

terça-feira

Vinde a Mim, vós que estais cansados...

Notícias várias...

Chegou a Portugal, vinda de Benguela, da comunidade de Santo António, Cavaco, a Ir. Águeda Ermelinda, para cuidar da sua saúde. A recomendação veio da parte da médica que a acompanhou e no resultado de alguns exames, aconselhou a sua saída para tratar do fígado que segundo a visão dela, não está nada famoso e precisa de cuidados especiais.
Para ela desejamos as melhoras rápidas, para voltar para junto de nós.

O Ano lectivo está a terminar e com ele chegam as desejadas férias. As crianças vão descansar e as irmãs vão viver dias mais tranquilos, sem aulas as que estudam, e sem preocupações nas escolas as que têm a missão de educar.
Bom descanso para todas e toca a refazer as energias para o novo ano que não demora muito tempo a chegar...

Notícias do Lubango...

Crianças e jovens, louvai o Senhor

No dia 16 de Outubro de 2011, na Paroquia de São João Baptista – Mapunda, fizeram as suas promessas 23 Florinhas do Sacrário e 10 jovens da Juventude Eucarística Franciscana.
A promessa das Florinhas do Sacrário ocorreu na missa das crianças às 9.30 e a da Juventude Eucarística Franciscana ocorreu na missa dos jovens, celebrada às 11 horas, presidida pelo Senhor Pe. Sawandi do Seminário Arquidocesano de filosofia do Lubango. Durante a homilia o Reverendo Padre perguntou às crianças o que é este movimento e as crianças responderam: "Somos Florinhas do Sacrário amigos de Jesus na Eucaristia. Esta missa das crianças foi animada pelo grupo dos adolescentes e a missa das 11 horas o grupo encarregado nesse mês.
Depois da homilia, seguiram-se as promessas, a bênção e a entrega dos lenços, enquanto, animados, cantavam o hino das Florinhas do Sacrário e da Juventude Eucarística Franciscana. Foi um dia muito bonito.
O grupo das Florinhas, neste momento conta um numero de 80 crianças activas e 20 aspirantes. E o grupo da Juventude Eucarística Franciscana conta com 25 membros e 15 aspirantes.
Terminada a Eucaristia todas as crianças e jovens encaminharam-se para o salão paroquial para outra parte festiva: partilha da refeição e da cultura. Uma sala enorme estava cheia de diversos pratos e bebidas. A confraternização realizou-se verdadeiramente num ambiente festivo, numa autentica partilha de bens, pois cada criança e jovem havia trazido alguma coisa para a refeição. Foi de facto uma multiplicação de bens alimentares. Todos ficaram saciados e ainda sobrou.
O tom da festa foi mais colorido quando foi aberta a secção cultural na qual todos puderam exibir as suas danças, cânticos e brincadeiras, exprimindo desta forma a sua gratidão ao Senhor.
No final da tarde, pelas 17 horas, terminamos a parte recreativa e agradecemos ao Senhor pelo dia que nos concedeu.
Parabéns às nossas crianças e aos nossos jovens.



Ir. Júlia Pereira

Deixa as noventa e nove...

segunda-feira

Senhor das núpcias

A parábola das dez virgens surpreende-me pela sua beleza, mas deixa-me estupefacta pela dureza das Tuas palavras. Dez virgens… dez lâmpadas cheias… dez lâmpadas vazias… dez esperas para o encontro e surpresas sucessivas… a alegria do encontro cria ansiedade… gera partilha…
Prudência e imprudência, marcam o desafio proposto nesta parábola… Vigilância e Fé são sinais de que a espera do Esposo tem de ser bem preparada…
Eu sei, Senhor, que a salvação é um caminho longo a percorrer e nunca nos salvamos sós, mas sempre em comunhão. Quando oiço e medito esta Palavra, parece que estás a meter medo, pois basta o mais pequeno descuido, o mais pequeno atraso na vida pode por em causa a minha entrada no Reino. Mas, pergunto-me: como pode ser, se és o Esposos mais amável, mais fiel, mais misericordioso, mais bom e manso?
Preciso de perceber o contexto onde pronuncias estas palavras. Palavras de vigilância, de espevitar a Fé, de tomar consciência da relação contigo, de viver a mais profunda intimidade contigo experimentando o teu amor.
A sabedoria da vida tem de ser calibrada para se saber discernir adequadamente o percurso da caminhada de Fé.
Um simples azeite… uma lâmpada singela… mas um cansaço incontornável…
Tudo parece desmoronar-se no encontro com o Esposo se deixo de estar atenta e desperta para escutar as Tuas pertinentes e exigentes palavras de vida. A minha lâmpada perde tantas vezes o vigor e deixo-me dormir… Deixo de ter luz e Tu és a Luz que tanto preciso para não deixar avançar as trevas das minhas escuridões tão frequentes…
Tu, és o dom do Pai, o Esposo Celeste que me ofertas o diadema e com amor me colocas a aliança de um amor sempre fiel. Quero saborear a doçura das Tuas Palavras, quero estar vigilante e atenta para manter firme e constante a minha fidelidade esponsal.
A minha lâmpada de nada serve estar preparada se não vivo fortalecida e alimentada pela oração e pelo contacto mais profundo com a Tua Palavra que espevita a minha Fé e faz arder em mim a Caridade. Lâmpada acesa, azeite na almotolia, disposição interior para caminhar nas sendas do Teu amor. A luz da minha lâmpada tem de deixar resplandecer o brilho da beleza do teu Rosto.
Senhor das núpcias, não deixes amortecer a minha chama, quando estiver adormecida, espevita-a com o azeite do Teu amor. Não quero esquecer o compasso que marca a música do baile do encontro contigo. Que a ginástica do meu espírito me eleve a alma para a experiência das bodas. Que a vigilância do coração perceba que alguma coisa vai acontecer e que Tu virás a qualquer hora.

Reabre os meus ouvidos à Tua Palavra para adquirir a sabedoria que se deixa encontrar por quem a procura e se dá a conhecer a quem a deseja… que neste percurso eu encontre a Tua humildade e me incline para acolher o Teu perdão e me sente à Tua mesa saciando-me na comunhão de bens contigo.
Aceita Senhor das núpcias, a minha lâmpada acesa com perseverança, com constância e com fidelidade. Que em mim não haja espaço para o esquecimento e o descuido. Que seja sempre prudente e me prepare em cada dia para um encontro transbordante do azeite da Fé. 

sexta-feira

O mundo precisa de novos evengelizadores

Milhares de participantes no primeiro encontro de novos evangelizadores

 Milhares de pessoas em festa acolheram o Papa Bento XVI na Sala Paulo VI, durante o primeiro encontro promovido pelo Conselho Pontifício para a Promoção da Nova Evangelização, no último sábado, com o tema “Novos evangelizadores para a nova evangelização: a Palavra de Deus cresce e se multiplica” (At 12,24). Depois de uma sessão matutina de trabalhos, os responsáveis pelas realidades eclesiais para a nova evangelização se reuniram na grande sala do Vaticano desde as quatro da tarde.
Foram recebidos pelo presidente do dicastério organizador, o arcebispo Rino Fisichella, e escutaram testemunhos de nova evangelização, a apresentação do projeto Aleteia e um concerto do tenor Andrea Bocelli.
Às 18h30, o papa entrou na sala em meio à ovação dos presentes, que agitavam bandeiras das suas comunidades. O pontífice, visivelmente contente, se dirigiu a todos os envolvidos “na difícil tarefa da nova evangelização” e destacou que o tema do encontro provém da afirmação do evangelista Lucas nos Atos dos Apóstolos: “A Palavra de Deus crescia e se multiplicava”.

“Vocês mudaram o tempo dos dois verbos para evidenciar um aspecto importante da fé: a certeza consciente de que a Palavra de Deus está sempre viva, em todos os momentos da história, até os nossos dias, porque a Igreja a atualiza através da sua fiel transmissão, a celebração dos Sacramentos e o testemunho dos que crêem”.
E prosseguiu dizendo que também hoje a Palavra de Deus “pode encontrar rejeição, modos de pensar e de viver que estão longe da busca de Deus e da verdade”.
“O homem contemporâneo está confuso e não consegue encontrar respostas para tantas perguntas que agitam a sua mente sobre o sentido da vida e as questões do profundo do seu coração”, constatou. Mas ele “não pode fugir dessas perguntas que afetam o significado de si mesmo e da realidade; ele não pode viver numa só dimensão”.
“Não por acaso, ele é afastado da busca do essencial da vida, enquanto lhe é proposta uma felicidade efêmera, que o contenta só um instante, mas logo deixa tristeza e insatisfação”.
Três motivos
“Apesar desta condição do homem contemporâneo, podemos afirmar com certeza, como nos começos do cristianismo, que a Palavra de Deus continua crescendo e se difundindo”, reconheceu. “Por quê? Queria destacar pelo menos três motivos”.
Em primeiro lugar, “a força da Palavra não depende da nossa ação, dos nossos meios, do nosso fazer, mas de Deus, que esconde o seu poder sob os sinais da fragilidade”.
“O segundo motivo é que a semente da Palavra, como narra a parábola evangélica do semeador, cai também hoje num terreno bom, que a acolhe e dá fruto. E os novos evangelizadores fazem parte desse campo que permite ao Evangelho crescer em abundância e transformar a própria vida e a dos outros”.
“O terceiro motivo é que o anúncio do Evangelho chegou de verdade aos confins do mundo e, mesmo em meio à indiferença, à incompreensão e à perseguição, muitos continuam, ainda hoje, com valentia, abrindo o coração e a mente para acolher o convite de Cristo a encontrá-lo e virar seus discípulos. Eles não fazem barulho, mas são como o grão de mostarda”.
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O pontífice vê “esperança no incessante fermento missionário que anima a Igreja”, mas também pede “um renovado senso de responsabilidade com a Palavra de Deus e a difusão do Evangelho”.
O Conselho Pontifício para a Promoção da Nova Evangelização, instituído por Bento XVI em setembro de 2010, “é um instrumento precioso para identificar as grandes questões dos diversos setores da sociedade e da cultura contemporânea. Esse dicastério deve oferecer uma ajuda particular à Igreja na sua missão, ainda mais nos países de antiga tradição cristã, que parecem indiferentes, quando não hostis à Palavra de Deus”.
“O mundo de hoje precisa de gente que anuncie que Cristo nos ensina a arte de viver, o caminho da verdadeira felicidade, porque é Ele mesmo o caminho da vida; pessoas que olhem fixamente para Jesus, o Filho de Deus. A palavra do anúncio deve ter uma relação intensa com Ele, numa intensa vida de oração.”
“Tenho certeza de que os novos evangelizadores se multiplicarão cada vez mais para dar vida à verdadeira transformação de que o mundo atual precisa. Só através dos homens e das mulheres impregnados da presença de Deus é que a Palavra de Deus continuará o seu caminho no mundo dando frutos.”
“Sejam sinais de esperança, capazes de olhar para o futuro com a segurança do Senhor, que venceu a morte e nos deu a vida eterna. Comuniquem a todos a alegria da fé com o entusiasmo que provém do Espírito Santo, porque Ele torna novas todas as coisas.”

A Missão...

A MISSÃO É SERVIÇO
Por Dom Orani João Tempesta

Quando lemos os Evangelhos, ainda ficamos surpresos diante da acolhida que as multidões reservam para Jesus. Havia dias em que o Mestre não tinha um momento de paz: as pessoas vinham de toda parte para ouvir sua palavra. Os testemunhos dos Evangelhos dizem unanimemente que era principalmente a sua palavra que encantava as multidões, e as pessoas aproximavam-se Dele principalmente para ouvi-Lo.

Jesus anunciava de maneira nova aquilo que já estava inspirado e colocado por escrito na Bíblia. Basta pensar no Evangelho do domingo passado, quando Jesus responde à pergunta sobre o maior mandamento ao citar as palavras da lei judaica: “Amarás o Senhor teu Deus com todo o teu coração!” (cf. Mt 22,27; Deuteronômio 6,5). Parece que as multidões estavam cansadas de muitas palavras que ouviam nas sinagogas todos os sábados e, ao invés disso, vieram até Jesus porque Ele "os ensinava como quem tem autoridade e não como os escribas" (Mateus 7, 29). Precisamente esta última referência revela o segredo de Jesus – Ele falou "como quem tem autoridade". Havia uma autoridade em seus discursos novos e inesperados, que os escribas e fariseus não possuíam. O último fato – como o próprio Jesus diz no Evangelho deste domingo (Mt 23,1-12) – "dizem e não fazem; atam fardos pesados ​​e os põem aos ombros dos homens, mas eles não querem movê-los com um dedo". E eles perderam a sua autoridade, porque só falam "para serem vistos pelos homens", sem realmente acreditar no que diziam. É uma dura palavra que ressoa até hoje em nossos ouvidos e nos questiona profundamente.

Esta é uma crítica muito dura que Jesus dirige ainda hoje a todos nós, pois Jesus nos exorta para não criticarmos os outros, mas para examinarmos a nós mesmos: de fato continua seu discurso dizendo "você" e não "eles" ("não sejais chamados Rabi! E não sejais chamado de mestres" - Mt 23,8.10).

Da mesma forma que aconteceu naquela época aos escribas e fariseus, mas não aconteceu com Jesus, Ele falava com autoridade porque Ele dizia e fazia. Estamos lendo a confirmação do Evangelho deste domingo, quando Ele recomenda aos seus discípulos para ser servos uns dos outros: "o maior entre vós será vosso servo" (Mateus 23, 11). Todos sabemos que Jesus, num gesto de doação, lava os pés dos seus discípulos, e, com esse gesto, resume o serviço de doação que tantas vezes Ele recomendou e que Ele vai cumprir depois de algumas horas na cruz.

De fato, Jesus disse e fez: ele falou com autoridade porque acreditava profundamente no que dizia e diz para nós até hoje. Ainda ressoa em meus ouvidos as palavras do Servo de Deus, o Papa Paulo VI, quando escreveu sobre a evangelização: “os homens de hoje escutam muito mais as testemunhas que os mestres, e se escutam os mestres é porque são testemunhas”. Aí está o grande segredo de todo trabalho e toda pregação, seja nas igrejas, seja nas praças, seja pelos meios de comunicaçao e até mídias sociais: ser testemunha daquilo que se fala. O segredo da missão evangelizadora está na pessoa que atua! Por isso o texto do evangelho deste domingo nos questiona profundamente e nos exorta a dar passos concretos na direção de uma vida coerente e transparente. E este é o milagre: que possamos renovar e devolver um sentido de coerência para as muitas palavras que trocamos e pregamos todos os dias.

Eu sou daqueles que dizem e não fazem? A palavra de Deus queima os lábios se é mal pronunciada, mas ela queima também se é pronuncida e não é vivida. Realmente, o que anuncio é porque as palavras são eco de um fogo de vida no Espírito Santo que arde dentro de mim? Precisamos ouvir o Senhor, para depois, vivendo com alegria a Boa Nova, anunciar aos irmãos e irmãs.

Podemos perceber no Evangelho algumas situações que esvaziam nossas vidas e que deveriam ser mudadas em nosso dia a dia. Uma situação é a hipocrisia: digo e não faço. A incoerência de vida diante do que falamos sem vivenciarmos com simplicidade e coerência a Palavra de Deus. Outra situação é a vaidade: tudo fazem para serem admirados. O objetivo é conseguir fama e nada mais. Não é um serviço ao Reino de Deus. A vaidade torna o interior vazio. Ainda uma outra situação: o gosto do poder: impõem cargas pesadas a todos. O Evangelho oferece alguns caminhos de mudança: em vez de aparecer, agir secretamente; a simplicidade ao invés da duplicidade, o serviço ao invés do poder. O maior mandamento, diz Jesus, é "Amarás" e na liturgia de hoje acrescenta: o maior entre vós será vosso servo.

Ao celebrarmos, concomitantemente, o Dia Nacional da Juventude, é bom lembrar que a juventude dá muito valor à autenticidade evangélica. A juventude quer líderes que tenham coerência na pregação e na ação. Notamos isso pelos movimentos que espoucam por todos os cantos do mundo e também em nosso país, exigindo coerência e transparência. Aquele que é o Senhor e Salvador de todos escolheu o caminho do servo: está aos pés de todos, é o servidor que lava os pés dos discípulos. Aquele que é Deus connosco cinge uma toalha e quer curar todas as feridas da terra. Servo sem igual! E se deve haver uma hierarquia na Igreja, será invertida em relação às normas da sociedade sobre a terra: “vocês são todos irmãos”. E, em seguida, inverteu novamente, por Cristo, que se tornou irmão, mas depois se tornou o último dos irmãos. Jesus muda a raiz do poder. Nosso Senhor Jesus Cristo revela que todo homem é capaz de poder, se ele é capaz do serviço.

Todos nós que buscamos entender a sociedade hodierna e encontramos caminhos para uma convivência pacífica entre os povos temos na Palavra deste domingo um bom caminho a seguir: Serviço. Este é o nome secreto da civilização do amor, porque este é o estilo que Deus escolheu.

Dom Orani João Tempesta é arcebispo do Rio de Janeiro.

Em partilha...

NOVA EVANGELIZAÇÃO… MOVIMENTO EUCARÍSTICO DE LEIGOS … FLORINHAS DO SACRÁRIO
AS PROMESSAS DAS FLORINHAS DO SACRA̒RIO
No dia 28 de Agosto, fizeram as suas promessas cerca de 45 crianҫas vindo das paróquias do Sagrado Coraҫão de Jesus, Lobito e Nossa Senhora da Graҫa, Benguela.
A cerimónia ocorreu na paróquia do Sagrado Coraҫão de Jesus, Lobito na missa com crianҫas das 10.30 presidida pelo vigário paroquial padre Vissimilo. Este evento congregou as florinhas de Benguela e Lobito isto é, a paróquia do compão, paróquia São José- Damba Maria, Nossa Senhora da Graҫa e Sagrado Coraҫão de Jesus. Foi muito lindo pois a paróquia ficou colorida de azul e branco, o uniforme das florinhas. Estiveram presentes nesta ocasião os pais das crianҫas que fizeram as suas promessas, sobre tudo, os do Lobito.
Recuando um pouco, gostaria de contar a nossa viagem de Benguela para Lobito. Pelo número das crianҫas, foi preciso solicitar um autocarro da empresa do transporte- SGO, para viajarmos em condiҫões. Depois de todos acertos, a recolha das crianҫas comeҫou as 8h na Damba Maria, a seguir, Aldea das crianҫas orfãs e a última estaҫão foi na sede paroquial da Graҫa. Chegamos no Lobito as 9.30. Tínhamos que esperar para que terminasse a missa com os adultos para poder iniciar a nossa missa. As florinhas do compão e Sagrado coraҫão de Jesus animaram muito bem a liturgia sob a orientaҫão da Irmã Esmeraldina. As florinhas ocuparam um lado da Igreja enquanto os pais e outras crianҫas da paróquia ocuparam o outro lado.
A igreja estava cheia! Na sua homilia Sr. Pe. Vissimilo falou às crianҫas sobre a importância de se enquadrarem nos movimentos da Igreja, não basta a catequese. Depois da homilia, seguiu-se as promessas, a bênҫão e a entrega dos lenҫos enquanto o grupo cantava o hino das florinhas. Além das irmãs que trabalham directamente com as florinhas, estiveram presentes também as Irmãs Odete,Aida, Juliana e as postulantes Itaclaria e Angelina.
Todas elas ajudaram bastante na organizaҫão das crianҫas. Depois da Eucaristia, seguiu-se o almoҫo de confraternizaҫão e tarde recreativa.As crianҫas se divertiran com danҫas, cantos e brincadeiras. As 15h, houve corte do bolo para culminar a festa, e as 15.30, chiegou o nosso autocarro para o regresso à Benguela. No regresso, passamos pela restinga praia, compão, Bambus- Catumbela; para que as crianҫas apreciassem algumas zonas turísticas. Foi uma linda experiência para elas, pois, algumas não conheciam Lobito nem Catumbela. Agradecemos as irmãs que trabalham com as florinhas por esta iniciativa e a todos que fizeram com que este dia fosse uma maravilha.
Paróquia São José – Damba Maria
No dia 11 de Setembro na missa Dominical, fizeram as suas promessas 28 crianҫas das florinhas do Sacrário. A missa iniciou as 7.30, presidida pelo vigário paroquial, Padre Figueira. Estiveram presentes todos os cristãos da paróquia e as florinhas da paróquia vizinha, Nossa Senhora da Graҫa. A liturgia foi animada pelo grupo coral da paróquia.
O grupo, de momento, conta com 45 membros actives e 10 aspirantes. Depois da liturgia Eucarística, deslocamo-nos para a comunidade Santo António - Cavaco onde houve a segunda parte da festa, “ liturgia do estômago”.

Parabéns às nossas crianҫas. “Quem é fiel nas coisas pequenas, será também fiel nas coisas grandes…” rezemos por elas para que sejam fiéis às suas promessas, pois, permanecendo fiéis nas coisas pequenas serão fiéis no futuro nos compromissos maiores da vida.

IR BEATRICE    

Igreja na África...

Igreja na África: O anúncio de Cristo é o primeiro e principal fator de desenvolvimento
Papa recebe bispos de Angola e São Tomé por ocasião da visita "Ad Limina Apostolorum".
CIDADE DO VATICANO, quinta-feira, 3 de novembro de 2011 (zenit.org).- A dedicação ao serviço do desenvolvimento procede da transformação do coração, e a transformação do coração só pode vir da conversão ao Evangelho, afirmou o Papa ao receber os bispos de Angola e São Tomé em visita Ad Limina.
Senhor Cardeal,
Amados Irmãos no episcopado e no sacerdócio!
Na alegria da fé, cujo anúncio é o nosso serviço comum de Pastores, dou-vos as boas-vindas a este nosso encontro por ocasião da vossa visita ad limina Apostolorum. Esta tem lugar depois da minha visita a Luanda, em Março de 2009, durante a qual pude encontrar-me convosco e, convosco, celebrar Jesus Cristo no meio dum povo que não se cansa de O procurar, amar e servir com generosidade e alegria. Guardo aquele povo no coração e, de certo modo, esperava a vossa vinda para ter notícias dele. Agradeço a D. Gabriel Mbilingi, Arcebispo de Lubango e Presidente da Conferência Episcopal, a apresentação das vossas comunidades, com seus desafios e esperanças na hora presente e com as forças e favores de que o Céu as dotou. A vossa entreajuda fraterna, a solicitude pelo povo de Deus em Angola eem São Tomée Príncipe, a união com o Papa e o desejo de permanecerdes fiéis ao Senhor são para mim fonte de profunda alegria e sentida acção de graças.
Vós, amados Irmãos, em virtude da missão apostólica recebida, estais habilitados para introduzir o vosso povo no coração do mistério da fé, encontrando a pessoa viva de Jesus Cristo. Na esperança de «fazer brilhar, com evidência sempre maior, a alegria e o renovado entusiasmo do encontro com Cristo» (Motu proprio Porta fidei, 2), decidi proclamar um Ano da Fé, para que a Igreja inteira possa oferecer a todos um rosto mais belo e credível, transparência mais clara do rosto do Senhor. De facto, «enquanto Igreja – como justamente salientou a Segunda Assembleia para a África do Sínodo dos Bispos, cujos frutos, sob a habitual forma de Exortação Apostólica, espero poder confiar a todo o povo de Deus na minha próxima visita ao Benim –, o nosso primeiro e mais específico contributo para o povo africano é a proclamação do Evangelho de Jesus Cristo, uma vez que o anúncio de Cristo é o primeiro e principal factor de desenvolvimento. De facto, a dedicação ao serviço do desenvolvimento procede da transformação do coração, e a transformação do coração só pode vir da conversão ao Evangelho» (Mensagem final, 15). Este não oferece «uma palavra anestesiante, mas desinstaladora, que chama à conversão, que torna acessível o encontro com Cristo, através do qual floresce uma humanidade nova» (Exort. Verbum Domini, 93).
Na verdade, os cristãos respiram o espírito do seu tempo e sofrem a pressão dos costumes da sociedade em que vivem; mas, pela graça do Baptismo, são chamados a renunciar às tendências nocivas imperantes e a caminhar contra-corrente guiados pelo espírito das Bem-aventuranças. Nesta linha, queria abordar três escolhos, onde naufraga a vontade de muitos santomenses e angolanos que aderiram a Cristo. O primeiro é o chamado «amigamento», que contradiz o plano de Deus para a geração e a família humana. O reduzido número de matrimónios católicos, em vossas comunidades, indica uma hipoteca que grava sobre a família, cujo valor insubstituível para a estabilidade do edifício social conhecemos. Ciente deste problema, a vossa Conferência Episcopal escolheu o matrimónio e a família como prioridades pastorais do triénioem curso. Que Deuscubra de frutos as iniciativas a bem desta causa! Ajudai os casais a adquirir a maturidade humana e espiritual necessária para assumirem de modo responsável a sua missão de esposos e pais cristãos, recordando-lhes que o seu amor esponsal deve ser único e indissolúvel como a aliança entre Cristo e a sua Igreja. Este tesouro precioso deve ser salvaguardado, custe o que custar.
Um segundo escolho na vossa obra de evangelização é o coração dos baptizados ainda dividido entre o cristianismo e as religiões tradicionais africanas. Aflitos com os problemas da vida, não hesitam em recorrer a práticas incompatíveis com o seguimento de Cristo (cf. Catecismo da Igreja Católica, 2117). Efeito abominável é a marginalização e mesmo o assassinato de crianças e idosos, a que são condenados por falsos ditames de feitiçaria. Lembrados de que a vida humana é sagrada em todas as suas fases e situações, continuai, queridos bispos, a levantar a vossa voz a favor das suas vítimas. Mas, tratando-se dum problema regional, convinha um esforço conjunto das comunidades eclesiais provadas por esta calamidade, procurando determinar o significado profundo de tais práticas, identificar os riscos pastorais e sociais por elas veiculados e chegar a um método que conduza à sua definitiva erradicação, com a colaboração dos governos e da sociedade civil.
Por último, queria referir os resquícios de tribalismo étnico palpáveis nas atitudes de comunidades que tendem a fechar-se, não aceitando pessoas originárias doutras partes da nação. Expresso o meu apreço àqueles de vós que aceitaram uma missão pastoral fora dos confins do seu grupo regional ou linguístico, e agradeço aos sacerdotes e às pessoas que vos acolheram e ajudaram. Na Igreja, como nova família de todos os que acreditam em Cristo (cf. Mc 3, 31-35), não há lugar para qualquer tipo de divisão. «Fazer da Igreja a casa e a escola da comunhão: eis o grande desafio que nos espera no milénio que começa, se quisermos ser fiéis ao desígnio de Deus e corresponder às expectativas mais profundas do mundo» (João Paulo II, Carta Novo millennio ineunte, 43). Ao redor do altar, reúnem-se homens e mulheres de tribos, línguas e nações diversas, que, partilhando o mesmo corpo e sangue de Jesus-Eucaristia, se tornam irmãos e irmãs verdadeiramente consanguíneos (cf. Rm 8, 29). Este vínculo de fraternidade é mais forte do que o das nossas famílias terrenas e o das vossas tribos.
Gostava de concluir estas minhas considerações, com algumas palavras que pronunciei ao chegar a Luanda, na referida visita: «Deus concedeu aos seres humanos voar, sobre as suas tendências naturais, com as asas da razão e da fé. Se vos deixardes levar por elas, não será difícil reconhecer no outro um irmão que nasceu com os mesmos direitos humanos fundamentais». Sim, amados Pastores de Angola e de São Tomé e Príncipe, formais um povo de irmãos, que daqui abraço e saúdo. Levai a minha sudação afectuosa a todos os membros das vossas Igrejas particulares: aos bispos eméritos, aos sacerdotes e seminaristas, aos religiosos e religiosas, aos catequistas e animadores dos movimentos e a todos os fiéis leigos. Enquanto os confio à protecção da Virgem Maria, tão amada nas vossas nações nomeadamente no santuário de Mamã Muxima, de coração concedo a todos a Bênção Apostólica.

© Copyright 2011 - Libreria Editrice Vaticana


segunda-feira

Benin, destino da próxima
viagem do Papa à ÀfricaO Papa Bento XVI vai fazer mais uma viagem apostólica. Desta vez o destino é de novo a Africa. O Sumo pontífice vai a Benin de 18 a 20 de Novembro para assinar e publicar a Exortação Apostólica Pós Sinodal da segunda assembleia especial da Africa do Sínodo dos Bispos.

Deus existe, e ama...

Deus existe, e ama
Pe. Zezinho, scj

Deus existe, e se Ele existe, Ele ama. É inconcebível, vai contra a lógica, é totalmente inadmissível a idéia de que Deus possa odiar. Ele não seria Deus se odiasse. E se Ele amasse, ainda que só um pouco menos, também não seria Deus. Por isso, Deus existe e ama, porque amar para Deus é a mesma coisa que existir; existir, para Deus, é a mesma coisa que amar. Se Deus deixasse de amar Ele deixaria de existir.
Um ser humano pode existir e não amar, mas Deus não pode. Quando digo que Deus ama, afirmo que Deus existe. Quando afirmo que Deus existe, afirmo que Ele ama, e não apenas que Ele tem amor; como São João, eu digo que muito mais do que ter amor, Deus é o próprio amor.
 
Porque Deus ama, eu acredito piamente que Ele se importa com toda a sua criação e com cada ser que Ele criou. Minha crença em Deus tem que passar pela certeza de que Deus ama; no primeiro momento que eu negar que Deus ama, estarei negando Deus.
Digo mais: a descoberta do amor de Deus é a verdadeira descoberta da existência de Deus. Alguém que afirmasse a existência de Deus, mas duvidasse do Seu amor, não estaria acreditando na existência de Deus. Para crer que Deus existe, eu preciso crer que Ele ama. Pode até acontecer de eu não amá-Lo direito, mas não posso negar que Ele me ama. Por isso, essas duas expressões devem sempre andar juntas quando falamos de Deus. Existe e ama! Não é possível uma sem a outra. Eu posso existir e não amar. Deus não pode.


domingo

Lembrando João Paulo II...

Encíclicas

Dia/Mês/Ano
Nome (em latim)Nome (em português)Indicações
25/2 a 4/3 de 1979Redemptor hominis'O Rendentor do Homem'Revela as linhas-mestras do seu prontificado.
2 de Dezembro de 1979Dives in Misericordia'Rico em Misericórdia'Sobre Deus Pai, rico em misericórdia.
14 de Setembro de 1981Laborem exercens'Exercendo o trabalho'Sobre a dignificação do trabalho. Na comemoração do 90º aniversário da encíclica "Rerum Novarum" do Papa Leão XIII.
2 de Junho de 1985Slavorum Apostoli'Os Apóstolos dos Eslavos'Sobre os Santos Cirilo e Metódio, padroeiros dos Povos Eslavos.
30 de Maio de 1986Dominum et vivificantem'Senhor e dá a Vida'Sobre o Espírito Santo na vida da Igreja e do Mundo.
25 de Março de 1987Redemptoris Mater'A Mãe do Redentor'Sobre o culto mariano na vida da Igreja.
30 de Dezembro de 1987Sollicitudo Rei Socialis'A Solicitude pelas coisas sociais'Sobre a reafirmação do papel da Igreja nas questões sociais.
22 de Janeiro de 1991Redemptoris Missio'A Missão do Redentor'Sobre o mandato missionário de Cristo à Sua Igreja.
1 de Maio de 1991Centesimus Annus'O Centésimo Ano'Sobre a questão social: o trabalho, o capital e o ensino. No 100º aniversário da encíclica "Rerum Novarum".
5 de Outubro de 1993Veritates splendor' O esplendor da Verdade'Sobre os fundamentos da moral católica.
30 de Março de 1995Evangelium vitae'O Evangelho da Vida'Sobre o valor e a inviolabilidade da vida humana.
30 de Maio de 1995Ut unum sint'Para que todos sejam um'Sobre o empenhamento ecuménico.
15 de Outubro de 1998Fides et Ratio'A Fé e a Razão'Sobre as relações entre a fé e a razão. Condena o ateísmo e a fé sem razão, e afirma a posição da filosofia e razão na religião.
17 de Abril de 2003Ecclesia de Eucharistia'A Igreja da Eucaristia'Sobre a Eucaristia na sua relação com a Igreja.
Dentre outros documentos também publicados destaca-se a Carta Apostólica 'Mulieris dignitatem', publicada em 15 de agosto de 1988, sobre a dignidade e vocação da mulher, que se insere no contexto da promoção da mulher e na defesa da sua dignidade.

 Exortações Apostólicas

Dia/Mês/AnoNomeIndicações
25 de Outubro de 1979Catechesi TradendaeSobre a Catequese do nosso tempo.
22 de Novembro de 1981Familiaris ConsortioSobre a função da família cristã no mundo de hoje.
29 de Março de 1984Redemptionis DonumDirigida aos religiosos e religiosas.
11 de Dezembro de 1984Reconciliatio et poenitentiaSobre a reconciliação e penitência na Igreja.
30 de Janeiro de 1989Christifideles laiciSobre a missão dos Leigos na Igreja.
15 de Agosto de 1989Redemptoris CustosSobre a missão de São José na vida da Igreja.
7 de Abril de 1992Pastores dabo vobisSobre a formação dos sacerdotes nas circunstâncias atuais.
15 de setembro de 1995Ecclesia in AfricaSobre a Igreja em África e sua missão Evangelizadora.
25 de Março de 1996Vita consecrataSobre a vida consagrada e a sua missão na Igreja e no Mundo.
10 de maio de 1997Uma nova esperança para o Líbano
22 de janeiro de 1999Ecclesia in AmericaDestinada a Igreja da América Latina.
6 de novembro de 1999Ecclesia in AsiaDestinada à Igreja da África.
2 de novembro de 2001Ecclesia in OceaniaSobre a Igreja na Oceânia.
28 de junho de 2003Ecclesia in EuropaSobre a Igreja na Europa.
16 de outubro de 2003Pastores Gregis
Sobre o Bispo, servidor do Evangelho de Jesus Cristo para a Esperança do Mundo.

PORTA FIDEI...

CARTA APOSTÓLICA
SOB FORMA DE MOTU PROPRIO
CARTA DO SUMO PONTÍFICE 

COM A QUAL SE PROCLAMA O ANO DA FÉ 

1. A PORTA DA FÉ (cf. Act 14, 27), que introduz na vida de comunhão com Deus e permite a entrada na sua Igreja, está sempre aberta para nós. É possível cruzar este limiar, quando a Palavra de Deus é anunciada e o coração se deixa plasmar pela graça que transforma. Atravessar esta porta implica embrenhar-se num caminho que dura a vida inteira. Este caminho tem início no Baptismo (cf. Rm 6, 4), pelo qual podemos dirigir-nos a Deus com o nome de Pai, e está concluído com a passagem através da morte para a vida eterna, fruto da ressurreição do Senhor Jesus, que, com o dom do Espírito Santo, quis fazer participantes da sua própria glória quantos crêem n’Ele (cf. Jo 17, 22). Professar a fé na Trindade – Pai, Filho e Espírito Santo – equivale a crer num só Deus que é Amor (cf. 1 Jo 4, 8): o Pai, que na plenitude dos tempos enviou seu Filho para a nossa salvação; Jesus Cristo, que redimiu o mundo no mistério da sua morte e ressurreição; o Espírito Santo, que guia a Igreja através dos séculos enquanto aguarda o regresso glorioso do Senhor.

2. Desde o princípio do meu ministério como Sucessor de Pedro, lembrei a necessidade de redescobrir o caminho da fé para fazer brilhar, com evidência sempre maior, a alegria e o renovado entusiasmo do encontro com Cristo. Durante a homilia da Santa Missa no início do pontificado, disse: «A Igreja no seu conjunto, e os Pastores nela, como Cristo devem pôr-se a caminho para conduzir os homens fora do deserto, para lugares da vida, da amizade com o Filho de Deus, para Aquele que dá a vida, a vida em plenitude»[1]. Sucede não poucas vezes que os cristãos sintam maior preocupação com as consequências sociais, culturais e políticas da fé do que com a própria fé, considerando esta como um pressuposto óbvio da sua vida diária. Ora um tal pressuposto não só deixou de existir, mas frequentemente acaba até negado.[2] Enquanto, no passado, era possível reconhecer um tecido cultural unitário, amplamente compartilhado no seu apelo aos conteúdos da fé e aos valores por ela inspirados, hoje parece que já não é assim em grandes sectores da sociedade devido a uma profunda crise de fé que atingiu muitas pessoas.


Eu vos envio...

MENSAGEM DO PAPA BENTO XVI
PARA O DIA MISSIONÁRIO MUNDIAL 2011

«Assim como o Pai me enviou, também Eu vos envio a vós» (Jo 20, 21)

Por ocasião do Jubileu do Ano 2000, o Venerável João Paulo II, no início de um novo milénio da era cristã, afirmou com força a necessidade de renovar o empenho de levar a todos o anúncio do Evangelho «com o mesmo entusiasmo dos cristãos da primeira hora» (Carta ap. Novo millennio ineunte, 58). É o serviço mais precioso que a Igreja pode prestar à humanidade e a cada pessoa que está em busca das razões profundas para viver em plenitude a própria existência. Por isso, o mesmo convite ressoa todos os anos na celebração do Dia Missionário Mundial. Com efeito, o anúncio incessante do Evangelho vivifica também a Igreja, o seu fervor, o seu espírito apostólico, renova os seus métodos pastorais a fim de que sejam cada vez mais apropriados às novas situações — inclusive as que exigem uma nova evangelização — e animados pelo impulso missionário: «A missão renova a Igreja, revigora a sua fé e identidade cristãs, dá-lhe novo entusiasmo e novas motivações. É dando a fé que ela se fortalece! A nova evangelização dos povos cristãos também encontrará inspiração e apoio, no empenho pela missão universal» (João Paulo II, Enc. Redemptoris missio, 2).
Ide e anunciai
Este objectivo reaviva-se continuamente através da celebração da liturgia, em especial da Eucaristia, que se conclui sempre evocando o mandato de Jesus ressuscitado aos Apóstolos: «Ide...» (Mt 28, 19). A liturgia é sempre uma chamada «do mundo» e um novo início «no mundo» para testemunhar o que se experimentou: o poder salvífico da Palavra de Deus, o poder salvífico do Mistério pascal de Cristo. Todos aqueles que encontraram o Senhor ressuscitado sentiram a necessidade de O anunciar aos outros, como fizeram os dois discípulos de Emaús. Eles, depois de ter reconhecido o Senhor ao partir o pão, «partiram imediatamente, voltaram para Jerusalém e encontraram reunidos os onze» e contaram o que lhes tinha acontecido pelo caminho (Lc 24, 33-35). O Papa João Paulo II exortava a estarmos «vigilantes e prontos para reconhecer o seu rosto e correr a levar aos nossos irmãos o grande anúncio: “Vimos o Senhor”!» (Carta ap. Novo millennio ineunte, 59).

A todos
Todos os povos são destinatários do anúncio do Evangelho. A Igreja «por sua natureza é missionária, visto que, segundo o desígnio de Deus Pai, tem a sua origem na missão do Filho e na missão do Espírito Santo» (Conc. Ecum. Vat. II, Decr. Ad gentes, 2). Esta é «a graça e a vocação própria da Igreja, a sua mais profunda identidade. Ela existe para evangelizar» (Paulo vi, Exort. ap. Evangelii nutiandi, 14). Consequentemente, nunca pode fechar-se em si mesma. Enraíza-se em determinados lugares para ir além. A sua acção, em adesão à palavra de Cristo e sob a influência da sua graça e caridade, faz-se plena e actualmente presente a todos os homens e a todos os povos para os conduzir rumo à fé em Cristo (cf. Ad gentes, 5).
Esta tarefa não perdeu a sua urgência. Aliás, «a missão de Cristo Redentor, confiada à Igreja, ainda está bem longe do seu pleno cumprimento... uma visão de conjunto da humanidade mostra que tal missão ainda está no começo e que devemos empenhar-nos com todas as forças no seu serviço» (João Paulo II, Enc. Redemptoris missio, 1). Não podemos permanecer tranquilos com o pensamento de que, depois de dois mil anos, ainda existam povos que não conhecem Cristo e ainda não ouviram a sua Mensagem de salvação.
Não só mas aumenta o número daqueles que, embora tendo recebido o anúncio do Evangelho, o esqueceram e abandonaram, já não se reconhecem na Igreja; e muitos âmbitos, inclusive em sociedades tradicionalmente cristãs, hoje são refratários a abrirem-se à palavra da fé. Está em acto uma mudança cultural, alimentada também pela globalização, de movimentos de pensamento e de relativismo imperante, uma mudança que leva a uma mentalidade e a um estilo de vida que prescindem da Mensagem evangélica, como se Deus não existisse e exaltam a busca do bem-estar, do lucro fácil, da carreira e do sucesso como finalidade da vida, inclusive em detrimento dos valores morais.

Co-responsabilidade de todos
A missão universal envolve todos, tudo e sempre. O Evangelho não é um bem exclusivo de quem o recebeu, mas é um dom a partilhar, uma boa notícia a comunicar. E este dom-empenho está confiado não só a algumas pessoas, mas a todos os baptizados, os quais são «raça eleita... nação santa, povo adquirido» (1 Pd 2, 9), para que proclame as suas obras maravilhosas.
Estão envolvidas também todas as suas actividades. A atenção e a cooperação na obra evangelizadora da Igreja no mundo não podem ser limitadas a alguns momentos ou ocasiões particulares, e nem devem ser consideradas como uma das tantas actividades pastorais: a dimensão missionária da Igreja é essencial e, portanto, deve estar sempre presente. É importante que tanto cada baptizado como as comunidades eclesiais se interessem pela missão não de modo esporádico e irregular, mas de maneira constante, como forma de vida cristã. O próprio Dia Missionário não é um momento isolado no decorrer do ano, mas uma ocasião preciosa para nos determos e reflectirmos se e como correspondemos à vocação missionária; uma resposta essencial para a vida da Igreja.

Evangelização global
A evangelização é um processo complexo e inclui vários elementos. Entre estes, uma atenção peculiar da parte da animação missionária sempre foi dada à solidariedade. Este é também um dos objectivos do Dia Missionário Mundial que, através das Pontifícias Obras Missionárias, solicita a ajuda para a realização das tarefas de evangelização nos territórios de missão. Trata-se de apoiar instituições necessárias para estabelecer e consolidar a Igreja mediante os catequistas, os seminários, os sacerdotes; e também de oferecer a própria contribuição para o melhoramento das condições de vida das pessoas em países nos quais são mais graves os fenómenos de pobreza, subalimentação sobretudo infantil, doenças, carência de serviços médicos e para a instrução. Isto também faz parte da missão da Igreja. Anunciando o Evangelho, ela toma a peito a vida humana em sentido pleno. Não é aceitável, afirmava o Servo de Deus Paulo VI, que na evangelização se descuidem os temas relativos à promoção humana, à justiça e à libertação de todas as formas de opressão, obviamente no respeito pela autonomia da esfera política. Não se interessar pelos problemas temporais da humanidade significaria «esquecer a lição que vem do Evangelho sobre o amor ao próximo que sofre e está em necessidade» (cf. Exort. ap. Evangelii nuntiandi, 31.34); não estaria em sintonia com o comportamento de Jesus, o qual «percorria as cidades e as aldeias, ensinando nas sinagogas, proclamando a Boa Nova do Reino e curando todas as enfermidades e doenças» (Mt 9, 35).
Assim, através da participação co-responsável na missão da Igreja, o cristão torna-se construtor da comunhão, da paz, da solidariedade que Cristo nos concedeu, e colabora para a realização do plano salvífico de Deus para toda a humanidade. Os desafios que ela encontra chamam os cristãos a caminhar juntamente com os outros, e a missão faz parte integrante deste caminho com todos. Nela conservamos, embora em vasos de barro, a nossa vocação cristã, o tesouro inestimável do Evangelho, o testemunho vivo de Jesus morto e ressuscitado, encontrado e acreditado na Igreja.
O Dia Missionário reavive em cada um o desejo e a alegria de «ir» ao encontro da humanidade levando Cristo a todos. Em seu nome concedo-vos de coração a Bênção Apostólica, em particular àqueles que mais trabalham e sofrem pelo Evangelho.
Vaticano, 6 de Janeiro de 2011, Solenidade da Epifania do Senhor.

BENEDICTUS PP. XVI